O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Como era Como fica:
Ex.:agüentar aguentar; argüir arguir, lingüiça, linguiça
A pronúncia permanece igual.
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era Como fica
Ex.:Alcalóide alcaloide; Alcatéia alcateia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
Como era Como fica
Ex.: Baiúca baiuca; Bocaiúva bocaiuva
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Como era Como fica
Ex.: Abençôo abençoo; Crêem (verbo crer) creem; Dêem (verbo dar) deem
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Como era Como fica
Ex.: Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Atenção:
. Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
. Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
. Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
. É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara.
Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.
Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
Exemplos:
. verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
. verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.
Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
. verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
. verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.
Uso do hífen
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos: anti-higiênico; anti-histórico; co-herdeiro; macro-história; mini-hotel; proto-história; sobre-humano; super-homem; ultra-humano.
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).
2. Não se usa o hífen quando o prefixo terminar em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por consoante diferente de r ou s.
Exemplos: anteprojeto; antipedagógico; autopeça; autoproteção; coprodução; geopolítica; microcomputador; pseudoprofessor; semicírculo; semideus; seminovo; ultramoderno.
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.
4. Não se usa o hífen quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.
Exemplos: antirrábico; antirracismo; antirreligioso; antirrugas; antissocial; biorritmo; contrarregra; contrassenso; cosseno; infrassom; microssistema; minissaia; multissecular; neorrealismo; neossimbolista; semirreta; ultrarresistente; ultrassom.
5. Quando o prefixo terminar por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
Exemplos: anti-ibérico; anti-imperialista; anti-inflacionário; anti-inflamatório; auto-observação; contra-almirante; contra-atacar; contra-ataque; micro-ondas; micro-ônibus; semi-internato; semi-interno.
6. Quando o prefixo terminar por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos: hiper-requintado; inter-racial; inter-regional; sub-bibliotecário; super-racista; super-reacionário; super-resistente; super-romântico.
Atenção:
. Nos demais casos não se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.
7. Quando o prefixo terminar por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.
Exemplos: hiperacidez; hiperativo; interescolar; interestadual; interestelar; interestudantil; superamigo; superaquecimento; supereconômico; superexigente; superinteressante; superotimismo.
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos: além-mar; além-túmulo; aquém-mar; ex-aluno; ex-diretor; ex-hospedeiro; ex-prefeito; ex-presidente; pós-graduação; pré-história; pré-vestibular; pró-europeu; recém-casado; recém-nascido; sem-terra.
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
Exemplos: Ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: girassol; madressilva; mandachuva; paraquedas; paraquedista; pontapé.
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.
Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar. O diretor recebeu os ex-alunos.
Resumo
Emprego do hífen com prefixos
Regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
. Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
. Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
. Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
. Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.
2. Prefixo terminado em consoante:
. Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
. Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
. Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.